Bioterapias

Bioterapias é o nome do nosso espaço. Nasceu de muita conversa, muita meditação. No logo, as mãos significam nossa paixão por cuidar, Bio de vida e terapias é o que amamos fazer, saúde em movimento, é o que queremos para as pessoas e para nós. Cuidar e sermos cuidados

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Saiba mais sobre a contribuição do assoalho pélvico para a lombalgia


   Lombalgia (LBP) é uma das queixas mais comuns osteomusculares nas sociedades de hoje, afetando até 70-80% da população, pelo menos, um episódio durante sua vida.
   Disfunção muscular do assoalho pélvico (PFM) foi recentemente relacionada ao desenvolvimento de dor lombo-pélvica. A PFM é uma carga transversal provinda de um grupo de músculos para apoiar os órgãos da região pélvica-
   Provas de co-ativação entre o assoalho pélvico e músculos abdominais profundos para o desenvolvimento da pressão intra abdominal e transferência de carga existe na literatura.
   Conseguinte, PFM são geralmente aceitos como uma parte do mecanismo de estabilidade do tronco. A contribuição da PFM a pressão intra abdominal e estabilidade do tronco tem sido explicada pela ativação feedforward destes músculos em resposta à perturbação do tronco semelhante ao de outros componentes do sistema muscular com profunda estabilização do tronco, incluindo a da musculatura profunda abdominal e multífidos lombares.
  Acredita-se que a alteração da função dos músculos profundos estabilizadores do tronco afeta a estabilidade vertebral. Há evidências substanciais indicam que a deficiência muscular primária em pacientes com dor na região lombo-pélvica é a disfunção e perda das características do controle motor de músculos profundos local.
   É também a hipótese de que a disfunção PFM provoca déficit no mecanismo de força de fechamento, resultando na transferência de carga danificada e dor na região lombo-pélvica.
   Estudos recentes tem demonstrado uma ligação entre a LBP e disfunções genito-urinário, como incontinência urinária. No entanto, uma considerável literatura tem se dedicado a função de PFM em disfunções urológicas, como incontinência ou para a associação entre a LBP e outros músculos estabilizadores profundos, como os abdominais profundos e multífidos.

Músculos do assoalho pélvico

   Plano profundo: levantador do ânus e isquiococcígenos.
   O m. levantador do ânus é muito poderoso, cruza a uretra em sua metade proximal, acima do esfíncter externo, próximo ao colo. É muito importante na reeducação. Constitui-se de 3 músculos:

  • M. pubococcígeo (principal): vai da face posterior do púbis até o cóccix, como se fosse uma cinta que envolve o reto na junção com o canal anal;
  • M. puborretal: é a parte medial e mais espessa, que se une ao seu par para formar uma alça em “U”;
  • M. íleococcígeo: é a parte posterior, delgado e pouco desenvolvido
   Isquiococcígeno: vai das margens da espinha isquiática da face profunda do ligamento sacroespinhal e da parte posterior da fáscia do m. obturador interno até a margem lateral e face anterior do cóccix e sacro.
   
   Plano médio: dois transversos profundos e o esfíncter externo da uretra.

   O esfíncter da uretra é essencial para a continência. É um anel muscular em torno do terço médio da uretra, mais desenvolvido anteriormente. Ele possui fibras musculares intra-uretrais lentas e na parte periuretral fibras lentas e rápidas.

   O m. transverso profundo é um músculo par, fino e triangular. Vai da face interna dos mm. Isquiopubianos indo transversalmente até o núcleo central do períneo. Sustenta as vísceras e atua na ereção.
  Plano superficial: região dividida em duas partes: trígono urogenital e trígono anal.

   Trígono urogenital: músculos bulbocavernosos e ísquiocavernosos.
   Trígono anal: músculo esfíncter externo do ânus.

  
Fonte: 
  • Ehrlich G.E., Low back pain, Bull World Health Organ 81 (2003), pp. 671–672.
  • Hodges PW, Richardson CA. Delayed postural contraction of transverse abdominal pain associated with movement of limbs. J Spinal Disord 1998, 11:46-56.
  • Hodges PW, Richardson CA. Inefficient muscular stabilization of the lumbar spine associated with low back pain. Spine 1996, 21:2640-2650.
  • Hodges PW, Sapsford R, Pengel L. Feedforward activity of the pelvic floor muscles precedes rapid upper limb movements. In: Australian Physiotherapy Association Conference, Sydney; 2002
  • Hodges P. W., Eriksson A.E.M, Shirley D. and Gandevia S.C, Intraabdominal pressure increases stiffness of the lumbar spine, Journal of Biomechanics 38 (2005), pp. 1873–1880.
  • Sapsford R., Rehabilitation of pelvic floor muscles utilizing trunk stabilization, Manual Therapy 9 (2004), pp. 3–12.

2 comentários:

  1. Vitor, parabéns pela sua postagem.
    É muito importante divulgar a ideia de interdependência das estruturas. Temos que evoluir do pensamento analítico para o integral, o global.
    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Oi Vitor, também adorei essa. Agora é só unir esse conhecimento com a idéia de "músculos movem articulações", de Eric Franklin, e colocar esse assoalho para mover articulações pélvicas: aproximar ísquios (internamente), permitir que se afastem, bascular o cóccix... movimentos pequenos mas com grande reverberações! Beijo e obrigada pelo post!

    ResponderExcluir

Por favor deixe o seu nome e email para que possamos responder. Sua opinião é muito importante para nós.
Obrigado.